Os Manifestos Modernistas
Os manifestos foram fundamentais para estabelecer as diferentes correntes do movimento modernista brasileiro. Representavam não apenas posicionamentos estéticos, mas também ideológicos sobre como deveria ser construída a identidade nacional.
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), de Oswald de Andrade, propunha uma poesia de "exportação" que valorizasse elementos nativos brasileiros. Defendia uma linguagem simples e direta, inspirada na fala popular, e criticava o colonialismo cultural. A famosa frase "ver com olhos livres" resumia sua proposta de olhar para o Brasil sem os filtros europeus.
Em contrapartida, o grupo Verde-Amarelo (1924), liderado por Plínio Salgado, Menotti Del Picchia e outros, propunha um nacionalismo mais radical e conservador. Este movimento evoluiria depois para o grupo Anta, de caráter nacionalista extremado e tendências fascistas.
O Manifesto Antropófago (1928), também de Oswald, radicalizava as propostas anteriores com a metáfora da antropofagia: "devorar" as influências estrangeiras e transformá-las em algo genuinamente brasileiro. Seu lema "Tupy or not tupy, that is the question" ilustrava perfeitamente essa mistura cultural proposta.
Você sabia? A Antropofagia foi inspirada pela tela "Abaporu" de Tarsila do Amaral, presente dado a Oswald. O nome significa "homem que come" em tupi-guarani e se tornou símbolo do movimento.