O Brasil de Dom Pedro II
O jovem Dom Pedro II assumiu o trono aos 14 anos após o Golpe da Maioridade. Diferente do pai, ele era intelectual e conciliador, governando como um monarca constitucional que buscava manter a estabilidade política do país.
Durante seu reinado, o Brasil viveu o chamado Parlamentarismo às avessas, onde o imperador exercia grande influência política, controlando a alternância de poder entre conservadores e liberais. A economia do período foi dominada pelo café, principalmente no Vale do Paraíba e, mais tarde, no Oeste Paulista, transformando-se no principal produto de exportação brasileira.
Com o crescimento econômico, surgiu a Era Mauá, período em que o Barão de Mauá investiu na industrialização, ferrovias, bancos e telégrafos. No entanto, sua visão industrialista confrontava os interesses da elite rural escravocrata que comandava o país.
Você sabia? O Brasil foi o último país independente das Américas a abolir a escravidão, o que só aconteceu em 1888, pouco antes da queda da monarquia.
A questão da escravidão foi central neste período, com a implementação gradual de leis abolicionistas: a Lei Eusébio de Queirós (1850) proibiu o tráfico negreiro; a Lei do Ventre Livre (1871) libertou os filhos de escravizados nascidos após a lei; a Lei dos Sexagenários (1885) libertou escravizados acima de 60 anos; e finalmente a Lei Áurea (1888) aboliu definitivamente a escravidão.
Outro evento decisivo foi a Guerra do Paraguai (1864-1870), o maior conflito armado da América do Sul. Apesar da vitória, a guerra trouxe altos custos humanos e financeiros, desgastando a imagem do Império e fortalecendo o prestígio do Exército, que mais tarde questionaria a própria monarquia.