Segundo Reinado: Política e Economia Imperial
O Segundo Reinado começou com o Golpe da Maioridade, quando liberais anteciparam a coroação de D. Pedro II. A política era dominada por dois partidos principais: os Conservadores (saquaremas) e os Liberais (luzias), ambos representando interesses da elite agrária.
O sistema político funcionava como um parlamentarismo às avessas: o imperador tinha poder para nomear o primeiro-ministro e exercia o Poder Moderador, um mecanismo que lhe dava ampla autoridade. As eleições eram conhecidas como "eleições do cacete", marcadas por violência e manipulação.
A Revolução Praieira foi um movimento popular importante que defendia ideais republicanos, federalistas e antilusitanos, com influências do socialismo utópico. Surgiu como resposta à miséria popular, ao poder excessivo do imperador, ao controle comercial pelos portugueses e à grande concentração de terras.
💡 Enquanto a política era controlada por elites, a economia passava por grandes transformações com a expansão cafeeira, impulsionada pelo solo fértil, clima favorável e crescente mercado consumidor internacional.
Para substituir a mão de obra escrava, surgiram novos sistemas de trabalho: o sistema de parceria (imigrantes recebiam parte da produção, mas acabavam endividados) e o colonato (trabalhadores recebiam terras, mas dividiam lucros e ficavam presos por dívidas). A Lei de Terras de 1850 estabeleceu que terras só poderiam ser adquiridas mediante compra, dificultando o acesso dos mais pobres.
A crise do escravismo foi intensificada por pressões internacionais, principalmente da Inglaterra, que através do Bill Aberdeen autorizava sua marinha a aprisionar navios negreiros. O processo de abolição foi gradual, com leis como Eusébio de Queiróz (1850), Ventre Livre (1871), Sexagenários (1885) e finalmente a Lei Áurea (1888), que libertou os escravos sem oferecer qualquer plano de integração social.