O Fim da República Velha: A Revolução de 1930
A Revolução de 1930 marcou o fim definitivo da República Velha, resultando na deposição do presidente Washington Luís e na ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Este movimento político e militar nasceu em um contexto de grande insatisfação com a corrupção, a exclusão política e os efeitos da crise econômica mundial de 1929, que atingiu duramente a economia cafeeira brasileira.
A Aliança Liberal, composta por representantes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, apoiava a candidatura de Getúlio Vargas à presidência. Quando Júlio Prestes, candidato apoiado por São Paulo, foi declarado vencedor nas eleições de 1930, acusações de fraude eleitoral aumentaram a tensão política. O assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Vargas, em julho de 1930, gerou comoção nacional e foi o estopim para a revolução.
Em 3 de outubro de 1930, tropas revolucionárias se levantaram em diversos estados, iniciando um movimento que rapidamente ganhou força. A resistência do governo foi superada, e Washington Luís foi deposto em 24 de outubro. Getúlio Vargas assumiu a presidência em novembro, inaugurando um novo capítulo na história política brasileira: a Era Vargas.
Reflexão importante: A Revolução de 1930 não foi apenas uma simples troca de poder, mas representou uma ruptura com o modelo oligárquico da República Velha. Embora muitas estruturas de desigualdade permanecessem, abriu caminho para um Estado mais centralizado e para a modernização do país.
Esta revolução refletiu o esgotamento do modelo político da República Velha, incapaz de responder às transformações econômicas e sociais do Brasil. As classes médias urbanas, os militares e setores da elite insatisfeitos com o domínio das oligarquias cafeeiras se uniram para derrubar o velho sistema. A República Velha chegava ao fim, deixando um legado de lutas sociais e contradições que seguiriam presentes na sociedade brasileira.