Reforma Protestante e seus Impactos
No final da Idade Média, ocorreu um importante rompimento entre as monarquias e a Igreja Católica. Os reis queriam centralizar o poder e controlar também a religião, criando suas próprias vertentes cristãs. A Igreja Católica havia se afastado de suas origens, enfrentando uma grave crise moral, e se tornara um obstáculo ao desenvolvimento econômico por condenar a usura (cobrança de juros) e o enriquecimento.
Diferentes grupos sociais tinham interesse na reforma. A nobreza queria submeter a Igreja e se apropriar de suas propriedades e feudos. Já a burguesia desejava o fim da condenação à usura para desenvolver atividades bancárias e questionava a moral da Igreja, criticando os abusos de conduta e a venda de indulgências.
O Luterismo, fundado por Martinho Lutero, defendia princípios revolucionários: tradução da Bíblia para os idiomas nacionais (permitindo a livre interpretação pelos fiéis), submissão da Igreja ao Estado e promoção da alfabetização na Europa. Já a Doutrina Calvinista, criada por João Calvino, pregava a predestinação (o destino já traçado por Deus) e tinha as Escrituras Sagradas como única base da fé. Os calvinistas proibiam imagens nas igrejas e, de forma inovadora, estimulavam o lucro e o trabalho.
Você sabia? O capitalismo tem fortes raízes na Reforma Protestante, especialmente no calvinismo que valorizava o trabalho como forma de edificação humana. Os calvinistas ingleses ficaram conhecidos como puritanos, enquanto os franceses eram chamados de huguenotes.