Período Regencial e suas revoltas
Tudo começou quando Dom Pedro I abdicou do trono em 7 de abril de 1831, pressionado pela oposição interna que criticava seu autoritarismo e ligação com Portugal. Como seu filho tinha apenas 5 anos, o Brasil entrou no Período Regencial, que passou por diferentes fases: a Regência Trina Provisória, a Regência Trina Permanente, e as Regências Unas de Feijó e Araújo Lima.
Durante esse período, o país viveu intensa descentralização política que, somada à crise econômica, desencadeou várias revoltas regionais. A Cabanagem (1835-1840) no Pará mobilizou a população marginalizada e foi brutalmente reprimida. A Farroupilha (1835-1845) no Rio Grande do Sul foi a mais longa, resultando até na proclamação da República Rio-Grandense. Outras revoltas importantes foram a Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão e a Revolta dos Malês, um levante de escravizados muçulmanos.
A instabilidade política crescente mostrou a fragilidade do governo regencial em manter a unidade do país. Para resolver essa crise, os conservadores articularam o Golpe da Maioridade em 1840, antecipando a coroação de Dom Pedro II aos 14 anos e encerrando o Período Regencial.
Você sabia? A Revolta dos Malês na Bahia foi uma das poucas rebeliões de escravizados no Brasil com forte influência religiosa, pois foi organizada por africanos muçulmanos (chamados de "malês") que sabiam ler e escrever em árabe!