Avanços Técnicos e Expansão Territorial
O que tornaria possível navegar por mares desconhecidos? Os portugueses desenvolveram e aprimoraram tecnologias revolucionárias. A caravela era perfeita para exploração - leve, veloz e capaz de navegar contra o vento. Instrumentos como o astrolábio e a bússola permitiam determinar a posição em alto-mar, enquanto mapas náuticos cada vez mais precisos guiavam os navegadores.
O Infante Dom Henrique, conhecido como "o Navegador", foi figura central nesse processo. Filho do rei João I, ele reuniu em torno de si especialistas em navegação, incentivou expedições pela costa africana e promoveu a colonização das ilhas atlânticas. Muitos consideram sua visão estratégica essencial para o sucesso português.
Na África, os portugueses estabeleceram feitorias - postos comerciais fortificados como São Jorge da Mina (1482). Esses locais se tornaram centros de trocas de ouro, marfim e, infelizmente, também de escravos. A presença portuguesa na costa africana foi crucial para sustentar financeiramente as expedições mais ambiciosas.
O comércio com a África gerou riquezas, mas o verdadeiro tesouro estava mais longe. Após dobrar o Cabo da Boa Esperança, Portugal pôde finalmente realizar seu grande objetivo: alcançar diretamente as ricas terras das especiarias na Ásia, contornando os intermediários muçulmanos e venezianos que controlavam o comércio tradicional.