Ditadura Militar: Antecedentes e Governos
Antes do golpe de 1964, o Brasil vivia um contexto mundial de Guerra Fria, com a divisão do mundo entre EUA e URSS. Na América Latina, regimes ditatoriais se espalhavam com apoio americano. Internamente, as reformas de base propostas pelo governo de João Goulart assustavam setores conservadores.
O estopim para o golpe veio com manifestações civis como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, demonstrando que o movimento foi civil-militar. O primeiro presidente foi Castelo Branco (1964-1967), da linha moderada, que criou o SNI e estabeleceu o Ato Institucional nº 1 AI−1, impondo eleições indiretas e cassação de mandatos. O bipartidarismo foi criado pelo AI-2, com a ARENA apoiando o governo e o MDB como oposição consentida.
Costa e Silva (1967-1969), da linha dura, enfrentou protestos como a Passeata dos Cem Mil. Em resposta, instituiu o temido AI-5, que fechava o Congresso, cassava mandatos, suspendia o habeas corpus e oficializava a censura e a tortura. Médici (1969-1974) comandou o período mais repressivo, coincidindo com o Milagre Econômico - crescimento do PIB às custas de inflação e endividamento - e a propaganda ufanista de "Brasil, ame-o ou deixe-o".
Você sabia? Durante o governo Médici, a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial de futebol em 1970, evento amplamente usado pela propaganda oficial para promover o regime e desviar a atenção da repressão política.
Os últimos governos militares, de Geisel (1974-1979) e Figueiredo (1979-1985), iniciaram a abertura "lenta, gradual e segura". Revogaram o AI-5, aprovaram a Lei da Anistia e enfrentaram o movimento "Diretas Já". A transição concluiu-se com a eleição indireta de Tancredo Neves, que faleceu antes da posse, assumindo José Sarney e iniciando o governo civil novamente.