Dicionário do Pedrinho: Segundo Reinado (1840-1889)

Este material apresenta os principais conceitos e eventos do Segundo Reinado brasileiro, período em que Dom Pedro II governou o país. Você vai descobrir como o Brasil se transformou ao longo desses 49 anos.

Vamos explorar desde o início do reinado com o Golpe da Maioridade até a Proclamação da República, passando pela abolição da escravidão e os conflitos que marcaram essa fase da nossa história.

Fique ligado! Este "dicionário" vai ajudar você a entender os acontecimentos mais importantes do Brasil Imperial, conhecimento fundamental para entender o Brasil de hoje.

Sumário do Dicionário

Este dicionário organiza os principais temas do Segundo Reinado em ordem alfabética. Entre os assuntos abordados estão:

Os aspectos econômicos como os barões do café e a Lei de Terras; as questões políticas como o parlamentarismo às avessas e as diferenças entre liberais e conservadores; e o processo de abolição da escravidão, desde a Lei Eusébio de Queirós até a Lei Áurea.

Também são tratados os conflitos internacionais como a Guerra do Paraguai e a Questão Christie, além do fim da monarquia com o Manifesto Republicano de 1870 e a Proclamação da República.

Dica de estudo: Use este sumário para focar nos temas que mais caem nas provas sobre o Segundo Reinado!

Barões do Café e o Vale do Paraíba

O Vale do Paraíba foi o berço da economia cafeeira no Brasil durante o Segundo Reinado. Nessa região, surgiram os famosos barões do café, fazendeiros super ricos que dominaram não só a economia, mas também a política da época.

O café se tornou o principal produto de exportação do Brasil, gerando enorme riqueza para esses fazendeiros. Com o dinheiro do café, os barões construíam mansões luxuosas e tinham grande influência nas decisões do império.

A produção dependia fortemente do trabalho escravo, o que fez com que os barões do café fossem grandes defensores da continuidade da escravidão.

Você sabia? Os barões do café foram tão importantes que muitos receberam títulos de nobreza diretamente de Dom Pedro II!

Conservadores no Segundo Reinado

Os conservadores formavam um dos dois principais grupos políticos durante o Segundo Reinado. Eles defendiam um governo central forte, com muito poder nas mãos do imperador.

Para esse grupo, a centralização era fundamental para manter a unidade do Brasil e evitar que o país se fragmentasse como aconteceu com as colônias espanholas na América. Eles geralmente representavam os interesses dos grandes proprietários rurais.

Os conservadores eram contrários a mudanças bruscas na sociedade brasileira e preferiam reformas lentas e controladas.

Na prática: Quando os conservadores estavam no poder, as províncias (estados) tinham menos autonomia para tomar decisões!

Golpe da Maioridade

O Golpe da Maioridade foi uma manobra política que aconteceu em 1840 e marcou o início do Segundo Reinado. Nessa época, Dom Pedro II tinha apenas 14 anos, mas foi declarado maior de idade antes do tempo para assumir o trono.

Esse "golpe" foi articulado pelos liberais, que estavam insatisfeitos com o governo regencial e queriam tomar o poder. Eles convenceram o jovem príncipe a aceitar a coroa antecipadamente.

Com a antecipação da maioridade, Dom Pedro II assumiu o poder no Brasil, colocando fim ao período das Regências que foi marcado por várias revoltas pelo país.

Pense bem! Como seria ter um país governado por um adolescente de 14 anos? O jovem imperador precisou amadurecer rapidamente para governar um país tão complexo!

Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado da América do Sul, durando de 1864 a 1870. Brasil, Argentina e Uruguai formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai, governado pelo ditador Solano López.

O conflito começou por disputas pelo controle da Bacia do Rio da Prata, região estratégica para o comércio na América do Sul. Quando o Brasil interferiu na política uruguaia, o Paraguai se sentiu ameaçado e declarou guerra.

A guerra teve um final trágico para o Paraguai, que perdeu cerca de metade de sua população e teve sua economia destruída. Para o Brasil, o conflito fortaleceu o exército, mas também aumentou a dívida externa.

Impacto devastador: O Paraguai era um dos países mais desenvolvidos da América do Sul antes da guerra, mas depois do conflito levou décadas para se recuperar.

Jangadeiros Abolicionistas

Os jangadeiros abolicionistas foram figuras importantes na luta contra a escravidão no Brasil, especialmente no Ceará. Esses pescadores usaram suas posições estratégicas para combater o tráfico de escravos.

Como eram responsáveis por transportar pessoas e mercadorias entre os navios e a costa, os jangadeiros se recusaram a transportar escravos para os navios. Eles declararam: "No porto do Ceará não se embarcam mais escravos!"

Essa ação ficou conhecida como a "Greve do Jangadeiros" e foi fundamental para que o Ceará se tornasse a primeira província a abolir completamente a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea.

Poder popular: Esta história mostra como pessoas comuns podem provocar grandes mudanças na sociedade através de ações diretas!

Lei Áurea

A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel, que estava como regente enquanto Dom Pedro II estava na Europa. Esta lei acabou definitivamente com a escravidão no Brasil, sendo o último país das Américas a abolir essa prática.

O texto da lei era muito curto, com apenas dois artigos: o primeiro declarava extinta a escravidão no Brasil e o segundo revogava todas as leis contrárias. Apesar da simplicidade, representou uma enorme mudança social.

Embora a assinatura da lei tenha sido um momento importante, ela veio após décadas de pressão popular, leis graduais como a do Ventre Livre e dos Sexagenários, e quando a escravidão já estava em declínio no país.

Consequências: A Lei Áurea libertou os escravos, mas não ofereceu nenhuma forma de integração à sociedade, como terras ou educação, o que explica muitas desigualdades sociais até hoje.

Lei Bill Aberdeen e Lei Eusébio de Queiroz

A Lei Bill Aberdeen foi uma medida aprovada pela Inglaterra em 1845 que autorizava sua marinha a apreender qualquer navio negreiro no oceano Atlântico, mesmo de outras nações. Esta lei aumentou a pressão sobre o Brasil para acabar com o tráfico de escravos.

Como resposta a essa pressão internacional e às capturas de navios brasileiros, o Brasil aprovou a Lei Eusébio de Queirós em 1850. Esta lei proibiu definitivamente o tráfico de escravos para o Brasil, tornando esta prática um crime.

Apesar da proibição, o contrabando de escravos continuou por alguns anos, diminuindo gradualmente. A partir daí, a escravidão no Brasil começou seu declínio, pois sem novos escravos africanos, os fazendeiros tiveram que buscar alternativas.

Curiosidade: O Brasil já tinha assinado tratados anteriores proibindo o tráfico, mas esta foi a primeira vez que realmente se empenhou em acabar com ele!

Lei de Terras

A Lei de Terras, aprovada em 1850, mudou completamente a forma como as pessoas podiam obter terras no Brasil. Antes dessa lei, qualquer pessoa podia ocupar terras desocupadas e, após cultivá-las, ter direito à posse.

Com a nova lei, todas as terras não ocupadas passaram a ser propriedade do Estado, e só podiam ser adquiridas por meio de compra. Isso significava que apenas quem tinha dinheiro conseguia ter acesso a novas terras.

Não por coincidência, a Lei de Terras foi aprovada no mesmo ano da Lei Eusébio de Queirós, que acabou com o tráfico de escravos. Os grandes fazendeiros previam o fim da escravidão e queriam garantir que ex-escravos e imigrantes pobres não tivessem acesso à terra.

Efeito duradouro: Esta lei contribuiu para a concentração de terras nas mãos de poucos no Brasil, um problema que persiste até os dias atuais!