A Industrialização na Era da Globalização
A década de 1980 trouxe uma crise econômica mundial que alterou profundamente o cenário industrial brasileiro. O país adotou políticas neoliberais com privatizações, redução da intervenção estatal e fim de tarifas protecionistas. A abertura ao mercado global trouxe concorrência internacional, forçando a modernização do parque industrial brasileiro.
Essa modernização trouxe avanços nos setores de transportes, telecomunicações, siderurgia e eletroeletrônicos. Porém, setores que não se modernizaram enfrentaram crises, e muitas empresas faliram diante da concorrência estrangeira. Os anos 1990 viram o surgimento do desemprego estrutural causado pela automação industrial.
A concentração histórica de indústrias no Sudeste começou a mudar, num processo de desconcentração industrial. Problemas como encarecimento da mão de obra, escassez de matérias-primas e saturação dos transportes incentivaram a realocação das indústrias para outras regiões. Municípios passaram a competir para atrair empresas através de incentivos fiscais, no fenômeno conhecido como Guerra Fiscal.
Atenção! A distribuição industrial brasileira atual ainda mantém o Sudeste como principal polo, mas com importantes núcleos nas regiões Sul (têxteis em Blumenau), Nordeste (petroquímica na Bahia), Norte (Zona Franca de Manaus) e Centro-Oeste (agroindústria e automobilística).
O mapa industrial brasileiro hoje se organiza em eixos de desenvolvimento. Destacam-se o eixo Anchieta-Imigrantes (ABCD paulista, com foco em metalurgia e automóveis), o eixo da Rodovia Dutra (com São José dos Campos como tecnopolo aeronáutico) e o eixo Anhanguera-Bandeirantes (com Campinas emergindo como polo tecnológico).